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Sinos de nossa igreja foram doados por uma paróquia da Alemanha em 1961


Você sabia? Os sinos da Igreja São José Operário foram doados em 1961 pela Paróquia de Pbmedelausen, da Alemanha. Chegaram de navio em outubro daquele ano no Porto de Cabedelo. E não é que os dois sinos ficaram retidos na alfândega por longos seis meses! O inspetor da alfândega não quis liberar, insistia que a igreja deveria pagar impostos para que houvesse a liberação. 
Quem conta essa história é o senhor Samuel Aragão em seu livro “Paróquia São José – 40 anos de História”, obra ainda não publicada. Em sua pesquisa no Livro de Tombo da Paróquia, Aragão transcreve textualmente o que escreveu o Frei Cláudio Schnaider. 
Vamos relatar aqui alguns tópicos dos registros do religioso escritos em 1961. Frei Cláudio Schnaider cita que estava de férias na Alemanha quando soube de Frei Cornélio Arndt que em Pbmedelausen, o padre havia comprado sinos novos e doaria os antigos sinos fabricados em 1910 pelo “Bochúmer Verein” para as missões. 
A Paróquia de Pbmedelausen fez a doação dos dois sinos para a Paróquia São José Operário mas ficou acertado que a despesa com o transporte para o Brasil ficaria por conta da Paróquia São José Operário.  Foi uma batalha conseguir toda a documentação para o embarque dos sinos. 
A outra batalha, conta Frei Cláudio Schneider, foi liberar os sinos na Alfândega de João Pessoa. Isso demorou seis meses. O inspetor não quis receber os sinos como objeto de culto, isento, por lei federal, de impostos, mas teimava afirmar que eram objetos de uso pessoal, devendo pagar impostos. Durante os meses do impasse os sinos ficaram no cais do Porto e mensalmente era cobrado 1% de aumento sobre o valor total.
A partir de um artigo publicado no jornal A União, teve início o processo de liberação dos sinos. A reportagem tinha o seguinte título: “O Sr. Inspetor da Alfândega e os sinos da Matriz de São José”.  Manchete na primeira página do jornal. Dias depois o assunto foi publicado pelo jornal O Globo, do Rio de Janeiro. Dois dias depois Frei Cláudio Schneider recebeu o seguinte telegrama de Brasília: “Ministro da aviação pede indicação meios necessários para liberar sinos Matriz São José pela Alfândega de João Pessoa. pt. saudações, Chefe de Gabinete do Ministro pedindo o teor da resposta ao senhor Ministro da Aviação. O secretário Robson Spinola dispensou a armazenagem. 
O DNER transportou os sinos para a Igreja Matriz de São José. Mas a igreja ainda pagou 40 mil cruzeiros de taxas e despachos.
Conta ainda Frei Cláudio que em novembro de 1963 conseguiu do Pe. Provincial licença para Frei Albino, do Convento do Rosário, fazer os cavaletes de madeira sucupira em que repousam os sinos. Os trabalhos foram feitos nas oficinas do DNER após apelos do religioso.
E segue o relato de Frei Cláudio Schneider: “Finalmente, no dia 20 de dezembro de 1963, os sinos estavam completamente montados ao pé da torre. Às 20 horas, Excia. Revma. o Senhor Dom Mário de Miranda Villas Boas, celebrou santa missa em ação de graças, estando presente enorme massa de fiéis, superlotando a Matriz, dirigindo-se depois para o local dos sinos a fim de lhes dar a “bendictio ad omnia” (os sinos já em 1910 sagrados) e dar, sob tremendo aplauso popular, as primeiras badaladas. Para tanto precisou do auxílio muscular de Frei Eleutério OFM, presente à solenidade. 
No dia seguinte subiu o sino maior mediante uma talha de 25 metros de corrente que tomei emprestado no Patrimônio Histórico do Recife. O sino menor subiu um dia depois. Às 23 horas da noite de Natal, os novos sinos chamaram pela primeira vez os féis para a Santa Missa. As despesas totais, incluindo o transporte para o Brasil, orçaram em Cr. 425.600,00. Por sindicâncias já realizadas constatei que os novos sinos são ouvidos numa área de, pelo menos, uma légua, de raio”.

 
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